A Inteligência Artificial (IA) tem como objetivo o fornecimento de softwares que possam raciocinar sobre as entradas de dados, bem como explicar as suas saídas. A IA proporciona interações quase humanas com softwares e oferece apoio a decisões em tarefas específicas. Contudo, não é considerada uma substituição direta dos seres humanos, por quem a desenvolve. É neste ponto que surgem questões em oposição a esta afirmação.
O que é a Inteligência Artificial?
A Inteligência Artificial permite o processamento de uma grande quantidade de dados, de forma rápida, interativa e com algoritmos inteligentes. Desta forma, o software é capaz de aprender automaticamente com padrões ou informações inseridas nos dados.
A IA está associada a inúmeras vantagens que a tornam num vasto campo de estudo, englobando imensas teorias, métodos e tecnologias.
Existem ainda outros subcampos que são também alvos de estudo importantes, tais como:
Machine Learning – automatização da construção de modelos analíticos. Este conceito envolve métodos de redes neurais, estatística, pesquisas de operações e física, de forma a encontrar insights escondidos em dados. No entanto, não é programado para “olhar” para um determinado lugar ou chegar a uma determinada conclusão.
Rede Neural – tipo de machine learning que, sendo composta por unidades interconectadas (podendo-se, de certa forma, comparar aos nossos neurónios), processa informações ao responder a entradas externas, havendo retransmissão entre as unidades. Este processo requer múltiplas passagens nos dados para que se encontrem conexões, o que permite extrair significados de dados não-definidos.
Deep Learning – este subcampo utiliza grande redes neurais, com várias camadas de unidades de processamento. Assim há um aproveitamento dos avanços quer no poder computacional, como em técnicas aprimoradas, o que permite a aprendizagem de padrões complexos em elevadas quantidades de dados. Aplicações comuns deste subcampo englobam, por exemplo, o reconhecimento de imagem e fala.
Computação Cognitiva – tem como objetivo uma interação natural e humana com máquinas. Assim, utilizando a IA e computação cognitiva, o objetivo final consiste na simulação de processos humanos pela máquina, através da capacidade de interpretar imagens e fala.
Visão computacional – depende do reconhecimento de padrões e deep learning para entender o que está numa imagem ou num vídeo. Se as máquinas puderem processar, analisar e compreender imagens, também poderão capturar imagens ou vídeos em real time, bem como interpretar o que há ao seu redor.
Processamento de linguagem natural (PLN) – compreende a capacidade que os computadores têm para analisar, interpretar e gerar linguagem humana, incluindo a fala. O estágio seguinte do PLN é a interação da linguagem natural, que permite ao Homem a comunicação com computadores utilizando linguagem de uso diário para realização de tarefas.
Ficou confuso?
Assista ao seguinte vídeo de 5 minutos que resume e expõe de forma mais simples e ilustrativa alguns destes conceitos:
No minuto 4:10, é colocada uma questão: " Qual dos seguintes projetos de IA ainda não existe?"
Relativamente às quatro opções apresentadas no vídeo, a resposta correta:
D: "IA que desenvolve emoções ao longo do tempo".
Este tipo de IA seria classificado como "strong IA" e ainda não foi decifrado o código para esse tipo de tecnologia.
Que tecnologias possibilitam e oferecem suporte à Inteligência Artificial?
1. Unidades de processamento gráfico que são essenciais para a IA, uma vez que fornecem o poder computacional “pesado” necessário ao processamento contínuo. Treinar redes neurais requer big data e poder computacional.
2. "A Internet das Coisas" (IdC ou, em inglês, IoT) é um conceito de interconexão digital de objetos quotidianos com a internet. Permite gerar grandes quantidades de dados a partir de aparelhos conectados. No entanto, a maioria deles não são analisados. A automatização de modelos com IA permitirá um maior uso dos mesmos.
3. Algoritmos avançados estão a ser desenvolvidos e combinados em novas formas de analisar uma maior quantidade de dados, de forma mais rápida e em múltiplos níveis. Este processamento inteligente é, então, essencial na identificação e previsão de eventos raros, entendendo sistemas complexos e otimizando cenários únicos.
4. APIs (Application Programming Interfaces) são pacotes portáteis de códigos que permitem adicionar funcionalidades de IA a produtos existentes e pacotes de software. Podem adicionar, por exemplo, capacidades de reconhecimento de imagens a sistemas de segurança doméstica e capacidades de perguntas e respostas que descrevem dados, criam legendas e títulos ou, ainda, chamam à atenção para padrões interessantes e insights nos dados.
Sendo assim, qual a importância da IA? Para que contribui?
Conceitos chave:
Em que poderá ser útil a IA no mundo farmacêutico?
Com certeza, a IA tem vindo a dar espaço a uma nova era na indústria farmacêutica, possibilitando a descoberta de novos medicamentos e tratamentos mais individualizados.
Contrariamente aos modelos tradicionais de negócio, a tecnologia baseada na IA permite que os negócios sejam mais disruptivos e inovadores, o que tem como vantagem a aquisição de um conhecimento fundamental dos inúmeros dados que a indústria tem hoje ao seu alcance.
Assim, uma monitorização e controlo específicos e eficientes promovem ao setor a obtenção de melhores resultados e a criação de oportunidades significativas que transformam todo o negócio. Na verdade, automatizar e integrar várias fontes de dados num único local permite uma maior eficiência e inteligência aquando da tomada de decisões, criando-se oportunidades de negócios.
O processo da pesquisa inicial à aprovação de determinado medicamento é moroso, complexo e dispendioso. Além de que muitos projetos falham.
No caso do desenvolvimento de medicamentos, é evidente que a IA pode acelerar o processo disponibilizando aos cientistas insights poderosos provenientes tanto de dados estruturados, como de dados não estruturados que vão , consequentemente, acelerar o alcance dos objetivos.
Ciclo de desenvolvimento do medicamento
A nível individual, é importante gerir a informação dos pacientes, monitorizar resultados e criar tratamentos adaptados a cada perfil. Para além de aumentar a rapidez de diagnóstico para os pacientes, o recurso a soluções tecnológicas aliadas à IA reduz os custos dos serviços de saúde o que traz consigo resultados mais otimizados em toda a cadeia de valor.
É o caso de testes genéticos que se tornam cada vez mais baratos e auxiliam os investigadores a determinar os motivos de determinada doença com a possibilidade de tratamentos à medida e mais eficazes. Além disso, prever o resultado de determinado teste é outro exemplo de benefício que a IA oferece.
IBM Watson- "International Business Machines Corporation"
Como vimos, a IA é uma das grandes promessas do futuro e que pode ter um impacto em várias indústrias, não sendo a indústria farmacêutica uma exceção à regra.
Supercomputadores como o IBM Watson são capazes de recolher e interpretar big data e ajudar grandes farmacêuticas no desenvolvimento de novos medicamentos ou modificação de antigos.
Como consequência, grande parte das farmacêuticas estabeleceu parecerias com a IBM, como são exemplo a Johnson & Johnson (J&J) e a Sanofi.
A J&J procura que o Watson leia e interprete uma grande quantidade de artigos científicos que demonstrem, de forma detalhada, os resultados de testes clínicos usados para desenvolver e avaliar medicações ou tratamentos. Por outro lado, a Sanofi tem a intenção de descobrir indicações alternativas para medicamentos existentes.
Mais recentemente, também a Pfizer criou uma parceria com a IBM Watson Health de forma a alcançar avanços na cura da Doença de Parkinson.
Também a Novartis recorreu aos benefícios da IA, através de uma parceria com a IBM Watson Health para melhorar os resultados do tratamento dos doentes com cancro da mama. Esta parceria permite aos médicos compreender a melhor abordagem terapêutica para cada doente ou ajudar na orientação de diretrizes de prática clínica.
Como pode o supercomputador "IBM Watson" ser crucial na luta contra o cancro?
Inteligência Artificial na gestão de empresas...
Ao automatizar muitos dos processos de negócio e conseguir rastrear de forma precisa a linha de produção dos produtos, as empresas que adotem tecnologias baseadas na IA ganham em tempo e dinheiro e ainda, minimizam a margem de erro. Isto traz um aumento de produtividade crucial, assim como um aumento dos resultados em toda a cadeia de valor, o que se traduzirá, naturalmente, numa melhor performance da organização.
É igualmente importante ter em conta o facto de se poder monitorizar em tempo real as condições de transporte dos medicamentos.
Em suma, torna-se evidente que a IA traz imensas vantagens à indústria farmacêutica que vão desde ensaios clínicos, à investigação e desenvolvimento de novos medicamentos e a novas formas de servir melhor e eficazmente a população e os parceiros.
Por assim dizendo, ao ter na sua empresa soluções tecnológicas baseadas em IA será certamente capaz de ter modelos de negócio mais eficazes e competitivos que permitem identificar novas oportunidades, otimizar o desenvolvimento de novos medicamentos, diminuir custos e tomar decisões mais inteligentes.
Sobre robôs domésticos…
“Pillo” é um pequeno robô doméstico que pretende ser um farmacêutico pessoal. Responde a questões sobre saúde e bem-estar e conecta-se com profissionais desta área. Para além disso, este pequeno robô tem também a capacidade de gerir determinada medicação.
Veja como Pillo funciona:
Para além de ”Pillo”, também existe “Zenbo”, um robô doméstico da Asus que foi concebido, não só com o objetivo de ajudar na gestão da saúde, bem como noutras funções domésticas.
Relativamente à gestão da saúde, este robô tem a capacidade de alertar para consultas marcadas, medicação e horário de exercícios. Zenbo tem “olhos” que lhe permitem detetar eventuais emergências, bem como funcionalidades ligadas a casas inteligentes, revelando-se um robô muito completo.
Como funciona o Zenbo?
Quais são os problemas éticos que inerentes à IA ?
Questões sobre a natureza humana e natureza do mal e do bem precisarão de novas respostas face aos avanços da IA. Uma vez que as decisões podem estar a depender cada vez mais de máquinas do que de humanos, é crítico esclarecer e definir responsabilidades.
Surgem também questões fundamentais sobre privacidade, segurança, partilha e padronização de dados implicadas em tecnologias que se baseiam em IA no que diz respeito ao acesso a dados pessoais, assim como à forma como são utilizados.
O robô Sophia é um exemplo de um produto da IA. Este robô tornou-se viral pela sua capacidade de comunicação e pelo facto de lhe ter sido concedido cidadania da Arábia Saudita. Consequentemente, também se impõe aqui um tema tão fundamental quanto o conceito de pessoa e cidadão.
Irão as máquinas substituir os seres humanos?
Os argumentos de quem trabalha com este tipo de tecnologia vão no sentido da impossibilidade de isso acontecer, visto que se limita ao objetivo que lhe foi concedido e para o qual foi programada. Assim, apesar da possibilidade de um processamento de uma grande quantidade de dados simultaneamente, que está longe do alcance do ser humano, há esta limitação que não dispensa a cooperação entre a IA e o ser humano.
No contexto da relação entre os robôs e o ser humano sugerimos que assista ao seguinte Trailer do Filme- "Ex Machina":
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